Pesadelo

"E quando souberes que és um sonho, como eu agora sei, 
Estaremos despertos Nele para sempre". (Yogananda)

1) Não há paz nos reinos do Samsara.
2) Estado Desperto significa não-interferência.
3) Não-interferência significa não se envolver emocionalmente.
4) Não se envolver emocionalmente não significa não agir.
5) Não há, efetivamente, qualquer agente.
6) A vida é um sonho (de Deus?), Pesadelo.
7) Lembre-se (digo a mim mesmo) dos 6 conselhos de Tilopa.



E para completar:

"Deixe a mente em paz, fique consciente, não se envolva e você irá perceber que permanecer alerta, mas desprendido, assistindo os acontecimentos indo e vindo, é um aspecto da sua natureza real." (Sri Nisargadatta Maharaj)

* * * 

Não sei se é o orgulho ou a dificuldade de concentração, ou sei lá o que, mas meditar tem sido... pensamentos, pensamentos, um vício. Acrescente a isso o fato de que, por problemas de coluna (duas hérnias de disco e uma artrose) não consigo me sentar, e tentar meditar deitado me leva ao sono inexoravelmente. O fato é que me confundi com a mente. Sou ela. E dói quando acontecimentos desagradáveis a atingem. Me atingem.

Minha esposa tira de letra. 

Os orientais são assim. Altíssimo poder de concentração e de distanciamento. Por exemplo, eu estava no ponto de ônibus da Rua Tabor um dia desses, e vi quando um cara cuspiu no chão perto de uma senhora japonesa. Claramente foi para ofendê-la, mas a mulher permaneceu impassível. Já em casa, comentei esse fato com a minha esposa e ela disse que isso já aconteceu com ela várias vezes. Ela também não deu, não dá atenção. Para ela não vale a pena. Já quando é comigo... 

O Brasil é uma terra de ladrões governada por ladrões. Uma cleptocracia. Claro que não é toda a população que é desonesta e hipócrita, só a maioria... Fico pensando no Alexandre, o melhor que posso fazer por ele é sugerir que vá morar num país decente (Singapura, Japão, Polônia, etc). De preferência com forte tradição budista. 

E sim, eu sei: nenhum-eu; um sem-número de existências; isso aqui é uma espécie de sonho; não há livre-arbítrio e, bem, fundamentalmente está tudo bem. 

E como!